A pandemia de Covid-19 fez com que o comércio varejista, em sua maior parte, tivesse o ano de 2020 com o pior da história, ainda que forma assimétrica. Enquanto supermercados e farmácias, por exemplo, tiveram bom desempenho, outros setores acabaram amargando prejuízos, como vestuário e veículos.
Assim, em um contexto geral, a tendência é de que o segmento, aqui na Bahia, feche o ano de 2020 com uma queda de quase 8%, segundo o consultor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomercio-BA), Guilherme Dietze.
Os dados do ano ainda estão sendo fechados e devem ser divulgados em meados de fevereiro. Mas, de acordo com ele, o auxílio emergencial foi importante para evitar que o impacto fosse ainda maior. Porém, ressaltou que o fim do benefício traz um cenário de incertezas, podendo novamente levar a prejuízos para o comércio varejista.
Até novembro, de acordo com o economista, a queda havia sido de 7,1%, subindo para 7,7% quando levado em conta o primeiro mês da pandemia, março. Em valores, o prejuízo foi de R$ 6,2 bilhões para o varejo baiano em nove meses.
Com relação ao Bolsa Família, ele acredita que a retomada do programa, em 2021, não será o suficiente para suplantar as perdas do auxílio emergencial.
O consultor econômico da Fecomércio-BA ainda trouxe à luz um outro impacto com o fim do auxílio emergencial: àqueles que fizeram depósitos na poupança em 2020, podem ter que recorrer a esse expediente, em 2021, para ter como pagar as contas. Ano passado, o saldo nas cadernetas de poupança, em todo o país, foi de R$ 166 bilhões, o maior registro desde a criação do Plano Real, em 1994.